Ansiedade: sinal de que algo não anda bem
- Margarida Viñas
- Sep 8
- 2 min read
Updated: Sep 9

A ansiedade, antes de ser um inimigo a ser combatido, é um sinal. Ela indica que algo não está em equilíbrio, que há um excesso ou uma falta que precisa ser escutada. Nesse sentido, pode ser vista, inicialmente, como uma aliada: uma forma de o corpo e a mente avisarem que algo não anda bem. É o alerta de que precisamos prestar atenção, repensar caminhos, olhar de perto para o que está nos inquietando.
O problema surge quando esse estado deixa de ser passageiro e se transforma em uma presença constante. A mente não desliga, o corpo responde com aceleração, o sono se perde, a respiração se encurta. A vida passa a ser atravessada por uma ameaça invisível, como se o futuro pesasse demais sobre o presente.
Vivemos em um tempo que alimenta a ansiedade: exigências cada vez maiores, pressa, cobranças, comparações. A lógica é a de nunca ser suficiente, nunca estar pronto. Nesse terreno, a ansiedade se multiplica e pode virar sofrimento. Mas, em vez de calá-la, a psicanálise propõe que possamos escutá-la. O que ela quer dizer? O que está em jogo nesse mal-estar que insiste em retornar?
Cada sujeito encontra na ansiedade um modo singular de expressar algo de si mesmo. Quando o sintoma se repete, quando começa a limitar os movimentos e os desejos, é sinal de que precisa ser tratado com mais cuidado. A psicanálise abre um espaço para dar palavra a esse excesso, permitindo que o sujeito se aproxime de sua própria verdade.
Assim, a ansiedade não é apenas um obstáculo, mas pode se tornar um caminho de descoberta. Ao ser escutada, ela deixa de aprisionar e se transforma em oportunidade: um convite a conhecer mais de si mesmo e a encontrar modos mais vivos e singulares de existir.



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