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Relacionamentos na terceira idade

Updated: Jul 9

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A terceira idade, antigamente associada a uma fase de encerramentos e perdas, também pode ser um momento de recomeços, sobretudo no campo dos relacionamentos afetivos. Para muitos idosos, iniciar um novo relacionamento amoroso pode despertar tanto alegria quanto apreensão, insegurança e até mesmo vergonha. Isso porque a cultura ocidental infantiliza o idoso e nega sua sexualidade.

A psicanálise nos ajuda a entender que o desejo e a necessidade de afeto não desaparecem com o passar dos anos. O sujeito continua sendo movido por seus desejos e fantasias, mesmo que eles se modifiquem com o tempo. O corpo envelhece, mas o inconsciente permanece vivo, pulsando com as mesmas questões fundamentais de conexão, reconhecimento e amor.

Por outro lado, entrar em um novo vínculo afetivo na maturidade pode significar enfrentar fantasmas do passado: medos de rejeição, dúvidas sobre a própria sexualidade, traumas anteriores e a experiência das perdas. Além disso, o amor na terceira idade não é valorizado e até é visto com uma certa desconfiança, reforçando estereótipos que dificultam a expressão desses afetos.

No processo analítico, é possível explorar esses sentimentos contraditórios, dando voz ao que se teme e ao que se deseja. A experiência mostra que a terceira idade pode ser um tempo rico para a criação de vínculos novos e significativos, que não precisam repetir padrões antigos, mas sim abrir espaço para outras formas de se relacionar.

Este é um convite para que o sujeito, mesmo com as marcas do tempo, permita-se desejar, amar e ser amado, construindo uma história singular e autêntica.


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